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Mostrando postagens de outubro, 2025

Marcos Pinto e a História de Zé Diabo

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Não era possível. José Joaquim de Oliveira retornara à mesa para jogar baralho. Já perdera a maior parte de seus bens. Seis casebres ele perdera em apostas. Mas voltara agora decidido à jogar novamente. O jogo tem início. Dessa vez a sorte sorri apenas para ele. Cada jogada que faz sai triunfante. E não se levantou até recuperar cada bem perdido naquele jogo. Nenhum dos jogadores imaginava qual era o trunfo de Zé Joaquim. Somente seus familiares. Quando havia perdido os seus casebres, ele tomou uma decisão que mudaria seu destino - vender a alma ao Cão. E a partir de sua vitória nas cartas de baralho ficou conhecido como ZÉ DIABO o filho de Joaquim Floriano de Oliveira e de Esmeraldina da Rocha, nascido em Mossoró por volta de 1851. Faleceria em sua terra natal no dia 1 de janeiro de 1934. (1)   * * * Desde o dia em que eu vira na árvore genealógica de uma prima distante o apelido Z...

E Ninguém se comoveu com a Execução do Idoso Fernão Bezerra Barbalho...

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      Praça Terreiro de Jesus, Salvador, Bahia. Dia 30 de janeiro de 1687. Ávidos por ver sangue, uma multidão se aglomera em torno do cadafalso. Sobre esse tablado se encontra o carrasco segurando firme um machado. Diante dele, de joelhos, um ancião. A macabra plataforma de madeira, acostumada a receber o sangue do tipo da maioria daqueles espectadores, se embebedará hoje com algo mais refinado, mais raro. O condenado que ali se encontra vinha da nobreza. (1)     Aquele infeliz, atração principal daquele espetáculo degradante, era o outrora orgulhoso e respeitado coronel de milícias Fernão Bezerra Barbalho, filho de Fernão Bezerra Felpa de Barbuda, o qual era irmão do famoso mestre-de-campo Luiz Barbalho Bezerra, que se distinguira heroicamente nas guerras holandesas. (2) Rico pernambucano, era senhor de um engenho na freguesia da Várzea, pouco mais de uma légua distante de Recife. (3)     Ora, aconteceu de minha 12° avó Isabel Cavalcante, viúva de Ma...
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       Sala das Torturas. Foi ali que o paraibano lavrador de cana, Antônio Nunes Chaves, cristão novo, morador no Engenho de Poxi, na Paraíba, Bispado de Pernambuco, soltou a língua. Diante dos inquisidores, o filho de Diogo Nunes Chaves (1), dentre vários nomes de cristãos novos que entregou Pedro Cardoso. E os inquisidores colheram a seguinte confissão:      "Disse mais que haverá doze, ou quatorze anos, pouco mais ou menos, no Engenho de Tibiri e casa de Pedro Cardoso, cristão novo que tem parte no dito engenho, casado não sabe o nome da mulher, filho de um fulano Cardoso, senhor do dito engenho, não sabe o nome da mãe, natural e morador do dito sítio, não sabe que fosse preso, ou apresentado se achou com ele e com a mulher do mesmo, a quem não sabe o nome, cristã nova, filha de uma Caterina de Leão, não se lembra do nome do pai, natural do Engenho da Pindoba, e moradora no sobredito sítio, não sabe que fosse presa ou apresentada, estando todos nem...