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A Visão Fantasmagórica do Caminhão de Quinca Saldanha

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  Dando continuação às minhas origens, contarei aqui sobre um evento sobrenatural, que ocorreu com meu avô paterno,  Manoel Ponciano Bezerra , nascido no  Apodi ,  Rio Grande do Norte , em 1919. Homem de pouca conversa, muito menos de ficar inventando histórias. Estava ele voltando de umas fazendas da direção que ia para  Portalegre , de onde tinha comprado carnes de porco, que levava em um jumento, seguindo a pé para  Umarizal , cidade onde morava. Era de noite quando seguia por um caminho estreito de terra entre as fazendas. Foi quando percebeu a iluminação de dois faróis acesos atrás dele, que pareciam pertencer a um caminhão. Afastou-se do meio do caminho, levando junto consigo o jumento, para dar passagem ao veículo. Mas as luzes daqueles faróis em vez de avançarem, se distanciaram. Ele achou estranho, mas prosseguiu seu trajeto. Novamente percebeu a iluminação se aproximando dele. E novamente se afastou para dar passagem. Porém, mais uma vez aquelas m...

Marcos Pinto e a História de Zé Diabo

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Não era possível. José Joaquim de Oliveira retornara à mesa para jogar baralho. Já perdera a maior parte de seus bens. Seis casebres ele perdera em apostas. Mas voltara agora decidido à jogar novamente. O jogo tem início. Dessa vez a sorte sorri apenas para ele. Cada jogada que faz sai triunfante. E não se levantou até recuperar cada bem perdido naquele jogo. Nenhum dos jogadores imaginava qual era o trunfo de Zé Joaquim. Somente seus familiares. Quando havia perdido os seus casebres, ele tomou uma decisão que mudaria seu destino - vender a alma ao Cão. E a partir de sua vitória nas cartas de baralho ficou conhecido como ZÉ DIABO o filho de Joaquim Floriano de Oliveira e de Esmeraldina da Rocha, nascido em Mossoró por volta de 1851. Faleceria em sua terra natal no dia 1 de janeiro de 1934. (1)   * * * Desde o dia em que eu vira na árvore genealógica de uma prima distante o apelido Z...

E Ninguém se comoveu com a Execução do Idoso Fernão Bezerra Barbalho...

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      Praça Terreiro de Jesus, Salvador, Bahia. Dia 30 de janeiro de 1687. Ávidos por ver sangue, uma multidão se aglomera em torno do cadafalso. Sobre esse tablado se encontra o carrasco segurando firme um machado. Diante dele, de joelhos, um ancião. A macabra plataforma de madeira, acostumada a receber o sangue do tipo da maioria daqueles espectadores, se embebedará hoje com algo mais refinado, mais raro. O condenado que ali se encontra vinha da nobreza. (1)     Aquele infeliz, atração principal daquele espetáculo degradante, era o outrora orgulhoso e respeitado coronel de milícias Fernão Bezerra Barbalho, filho de Fernão Bezerra Felpa de Barbuda, o qual era irmão do famoso mestre-de-campo Luiz Barbalho Bezerra, que se distinguira heroicamente nas guerras holandesas. (2) Rico pernambucano, era senhor de um engenho na freguesia da Várzea, pouco mais de uma légua distante de Recife. (3)     Ora, aconteceu de minha 12° avó Isabel Cavalcante, viúva de Ma...
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       Sala das Torturas. Foi ali que o paraibano lavrador de cana, Antônio Nunes Chaves, cristão novo, morador no Engenho de Poxi, na Paraíba, Bispado de Pernambuco, soltou a língua. Diante dos inquisidores, o filho de Diogo Nunes Chaves (1), dentre vários nomes de cristãos novos que entregou Pedro Cardoso. E os inquisidores colheram a seguinte confissão:      "Disse mais que haverá doze, ou quatorze anos, pouco mais ou menos, no Engenho de Tibiri e casa de Pedro Cardoso, cristão novo que tem parte no dito engenho, casado não sabe o nome da mulher, filho de um fulano Cardoso, senhor do dito engenho, não sabe o nome da mãe, natural e morador do dito sítio, não sabe que fosse preso, ou apresentado se achou com ele e com a mulher do mesmo, a quem não sabe o nome, cristã nova, filha de uma Caterina de Leão, não se lembra do nome do pai, natural do Engenho da Pindoba, e moradora no sobredito sítio, não sabe que fosse presa ou apresentada, estando todos nem...
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             Alexandre Dumas, mais lembrado por ter escrito Os Três Mosqueteiros, escreveu muitas outras obras que fascinaram gerações, como O Homem da Máscara de Ferro e O Conde de Monte Cristo. Nesta última, o conde de Monte Cristo faz uso, para executar parte de sua vingança, do nome de uma família conhecida na Europa por sua antiquíssima nobreza. Dela até descendem milhares de brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste. É a família italiana Cavalcanti.      Na Parte III de O Conde de Monte Cristo, no Capítulo 16, A alta e a baixa, vemos o conde querendo apresentar um suposto membro da família:      - Está ouvindo, o sr. major Bartolomeu Cavalcanti, um homem da mais antiga nobreza da Itália e de quem Dante deu-se o trabalho de ser o d'Hozier... lembra-se, ou não, no décimo canto do "Inferno" (...) O senhor me ajudará, não é mesmo?      - Sem dúvida! Esse major Cavalcanti então é um velho amigo seu...

Cardoso, Moreno, Cunha, Leão e Baracho - a Ligação Judaica dessas Famílias do Sertão

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      Fazia anos que me intrigava quem era o antepassado de minha mãe em comum com pessoas de Cabo Verde, uma ilha africana, que o MyHeritage, plataforma de Genealogia, trazia como correspondentes de DNA de ancestralidade dela. Como ela tem várias origens africanas, de início julguei que vinha de algum africano dessa ilha trazido aqui para o Brasil como escravo. Mas esses primos distantes dela do Cabo Verde apresentavam como parentes em comum pessoas de fisionomia europeia, aparentando origem germânica ou escandinava, espalhados pelo mundo. Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos eram alguns dos países que minha mãe e os habitantes de Cabo Verde tinham primos em comum. Alguns destes possuíam Árvores Genealógicas bem desenvolvidas, onde se via origens remotas da época do Velho Oeste e além, no caso dos primos distantes dos EUA, como no caso de Henry Schainck Wyman ( P974-BJ3 - ID no Family Search), já falecido , onde se observa a triangulação dele com minha mãe e um prim...

Quando nos aprofundamos muito nas Pesquisas Genealógicas e acabamos derrubando nossos Ancestrais do Pedestal...

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      Se você já assistiu a telenovela Xica da Silva, produzida e exibida pela extinta Rede Manchete entre 1996 e 1997, viu então as figuras marcantes e imponentes do Sargento-mor e do Capitão-mor.      Imagine a dificuldade para alguém de origem humilde alcançar as patentes militares de Sargento e Capitão no período colonial. Agora acrescente o MOR no final dessas patentes e aí podemos dizer que era quase praticamente impossível. Só para se ter uma ideia, mesmo um rico teria enorme trabalho, e ainda assim poderia não conseguir. Para ser Sargento-mor, que era uma patente abaixo do Capitão-mor, era preciso ser um fidalgo. E um fidalgo era muito mais que um nobre.       "Enobrecer ou ser nobre é muito diferente de ser fidalgo . Só é fidalgo quem nasce e leva no sangue origem fidalga. Só os descendentes de fidalgos. Em heráldica se aprende que " os fidalgos fazem os Reis e os Reis fazem os nobres ". Um Rei pode fazer de seu barbeiro, de seu sap...

Cineasta Holandês retratou Maranhão, Piauí, Amazonas e Pará do inicio do Século XX

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  José Rentes de Carvalho não está conseguindo dormir. Está passando por uma terrível noite de insônia. O romancista português apela então a alguém próximo para que lhe envie um livro que o distraia enquanto chega o sono. Chega em suas mãos A Faca e o Rio. O livro prende sua atenção de tal forma que o faz traduzir imediatamente para o francês, e o encaminha para o amigo George Sluizer, cineasta holandês. (1) Sluizer nascera por acaso em Paris, daí o amigo lhe ter traduzido para o francês. Considerou o livro mais como um poema, pelas poucas páginas. Como Carvalho, se viu logo atraído pelo enredo, e resolveu filma-lo. (2) Odylo de Moura Costa Filho, autor de A Faca e o Rio,  era adido cultural da embaixada brasileira em Paris. Sluizer foi lá encontra-lo. (3) Pediu autorização para a filmagem da obra, mas revelou que nunca estivera no Brasil, ao que Odylo respondeu: - Não me importo que você seja estrangeiro, contanto que você ame a história. (4) Difícil para quem gosta de histór...