Lembrança que deixo para aqueles que de mim descenderem, saberem donde vim, porque para onde vou ao Deus pertence
Alegrei-me ao ler essa frase pela primeira vez - o autor dela demonstrou interesse em deixar aos seus descendentes a história de sua origem, além de garantir que não seria esquecido ao longo dos séculos.
Conheci ela através de um amigo, Marcelo de Oliveira Soares, com quem tenho parentesco, ao me apresentar o artigo GENEALOGIA DOS SOARES DE MACEDO, ARAÚJO, FURTADO, de Antonio Soares de Macedo. Nele consta que Manoel Lopes de Macêdo, 4° avô materno de Antonio, deixou a seguinte anotação para seus descendentes:
"Lembrança que deixo para aqueles que de mim descenderem, saberem donde vim, porque para onde vou ao Deus pertence. Papari, 24 de dezembro de 1710.
”Eu, Manoel Lopes de Macêdo, filho legítimo do capitão de mar e guerra Manoel Lopes de Macedo e D. Adelaide Cabral de Macedo, nasci a 24 de dezembro de 1670; foram meus padrinhos o Dr. Antônio Freire de Amorim e sua mulher, D. Bárbara Freire de Amorim, meus ilustres sogros.
“Embarquei na cidade do Porto em 12 de outubro de 1706 com minha mulher, D. Bárbara Freire de Amorim, oito filhas a saber: Joana, Bárbara, Delfina, Maria, Antônia, Josefa, Plácida e Adelaide; e quatro criados, com destino ao Maranhão; mas, tendo minha mulher dado à luz nos mares, fui forçado a desembarcar n capitania do Rio Grande do Norte no dia 13 de dezembro do mesmo ano. No dia 6 de janeiro de 1707, na freguesia de N. Senhora da Apresentação foi batizada minha filha, que nasceu nos mares, a qual tomou o nome de Suzana.
“Foram seus padrinhos o coronel Baltazar da Rocha Bezerra e minha filha mais velha. No dia 20 do dito mês e ano segui para esta aldeia e cheguei no dia 22 onde me acho com todas as pessoas de minha família que existem até hoje, graças a Deus. Papari, 25 de dezembro de 1710. Manoel Lopes de Macêdo.”
Quem escreve a sua HISTÓRIA FAMILIAR está também garantindo que ele mesmo não seja esquecido, além de deixar como legado as suas origens para as gerações posteriores, como o fez Antônio Soares de Macêdo ao divulgar a anotação de seu 4° avô, além de narrar a história de outros membros de sua família. Hoje ele faz parte da memória da Família dos Soares de Macêdo, Araújo e Furtado, já que se passou muito tempo desde o dia em que escreveu em Assu, no Rio Grande do Norte - 27 de fevereiro de 1892.
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